sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Alívio




Alívio

 
Tudo bem, você dormiu.

Eu desço pra mais uma dose, um pouco mais de fumaça.

Enquanto você sonha não sou capaz de grudar os olhos.

E são tantas as palavras escapando que não posso segurá-las.

Enfim, o que sou eu e essas bobagens, com tanta dor espalhada pelos cantos?

O que são minhas lágrimas mudas por não me aceitares quando jorra sangue dos olhos de inocentes?

Não é nada, logo passa. Logo você olha pro lado, e agradece pelo milagre da vida, tão maior que essa bobagem que você sente. Por sentir-se só.

Apenas por  sentir um pouco de solidão. E quando você realmente pensa, olha de novo, pro lado, logo ali, tão perto. E vê a dor do outro, tão maior que a sua. Tão infinitamente mais penosa que essa alucinação de tristeza que você sente.

Então acorda feliz. Não dorme, mas sente aquele alívio por todos estarem vivos. Nem tão sãos, mas vivos.

 

Caminhem pra luz, pequenas crianças.

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