domingo, 6 de março de 2011

Sombra de mim


De repente, amorteci
Amorteceram alma, corpo e coração
Pernas e braços já não sentem
Apenas seguem
No peito vazio já não ouço mais as vozes que me atormentavam
O hoje é sempre meu último dia
Os olhos não se deslumbram, a alma não se ilude
A boca cansada silencia
Não sei quem sou, e não quero descobrir
Não quero mais a luta
Cansei-me das perguntas
Tão somente caminho
Pequenos passos que me levam...
Não sei o que me guia
E não quero descobrir
Apenas abrir e fechar os olhos
Até que se esvaziem completamente
Não sei da minha alma
Não sinto mais dor
Vida que escorre pelos dedos...
Suporto
E sobrevivo
Sou uma sombra de mim
Daquela que um dia fui e sequer cheguei a descobrir

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