quinta-feira, 28 de julho de 2011

O quE eu Fui



O que eu fui, o que eu sou
Que penso, que calo, o que partiu de mim
Não fui ou serei
Um imaginário de cores
Um som mudo
Silencioso
Minhas asas pendem e doem...
Mas braços me sustentam, e por isso posso sorrir
Esqueço que dói.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

PoRqUe Né?!?



Por que que o sol nasceu de novo e não amanheceu?
Por que que tanta honestidade no espaço se perdeu?
Por que que Cristo não desceu lá do céu e o veneno só tem gosto de mel?
Por que que a água não matou a sede de quem bebeu?

Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que que eu tenho caneta e não consigo escrever? (escrever)

Por que que existem as canções e ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que aquele que você quer tão bem já tem sempre ao seu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre, sempre a perguntar? (perguntar)

Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que tenho caneta e não consigo escrever? (escrever)

Por que que existem as canções e ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que sempre aquele que (você) quer tão bem já tem sempre ao seu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre sempre a perguntar? (perguntar)

"É muito simples!"

sexta-feira, 13 de maio de 2011

É, é sim.





"Sorri, quando tudo terminar ...
Quando mais nada restar ... Do teu sonho encantador ...
Sorri, quando o sol perder a luz ... e sentires uma cruz ...
Nos teus ombros cansados, doloridos ...Sorri, vai mentindo a tua dor ...
e ao notar que tu sorris ... Todo mundo irá supor ... que és feliz!"

(Charles Chaplin)





Passar, / Chegar, / Chorar, / Calar, / Sonhar, /Voar, / Amar, / Chamar, / Suar, / Gozar!... /

Querer, / Pedir, / Ficar, / Dormir, / Gemer, / Sofrer, / Cair, / Morrer, / Sangrar, / Sair, / Perder, / Lutar!... /

Seguir, / Parar, / Voltar, / Deixar, / Viver, / Sorrir, / Gostar, / Achar, / Esperar, / Esquecer, / Clamar!... /

Ser, / Lembrar, / Enlouquecer, / Duvidar, / Cessar, / Respirar, / Tremer, / Confessar, / Saber, / Acreditar!... /

Beijar, / Cegar, / Estar, / Rever, / Buscar, / Pertencer, / Dizer, / Negar, / Fugir, / Sumir, / Encontrar!... /

Amanhecer, / Retomar, / Entender, / Adorar, / Surpreender, / Renovar, / Prender, / Sufocar, / Entardecer, / Apaixonar!... /

Levantar, / Tocar, / Correr, / Guardar, / Jurar, / Vencer, / Olhar, / Anoitecer... / Silenciar... / Recomeçar!... /

Bárbara


 
 
 
 
 



O Tal Casal - Eu e Você -

Viver





Quem nunca quis morrer
Não sabe o que é viver
Não sabe que viver é abrir uma janela
E pássaros, pássaros sairão por ela
E hipocampos fosforescentes
Medusas translúcidas
Radiadas
Estrelas-do-mar...
Ah,Viver é sair de repente
Do fundo do mar
E voar...e voar...cada vez para mais alto
Como depois de se morrer!

Mário Quintana


Minha alma, meu peito rasgado, meu coração em pedaços, estilhaços da minha sombra desencantada...
O tempo começa a contar pra mim, com seu relógio inquieto e imperdoável... Tempo sempre e tão insuportavelmente constante... Mais um ano eu vou ganhar do tempo... Mais um mês... Um dia...
E que nasça um dia inquieto... Nem melhor que ontem ou pior que amanhã... Apenas um único dia... Um único ano feito de dias únicos e inesquecíveis...
Que a cada dia eu consiga ser capaz de me encantar com uma chuva vindo ao longe, um pássaro construindo seu ninho...
Que eu siga admirando e me surpreendendo com as pessoas e com a natureza... Sei que vou chorar... Sei que vou sorrir!!! Que vou amar!!! Me apaixonar!!!
Nada é permanente... A beleza está em saber mudar... Em saber caminhar...
Terei motivos pra chorar e pra sorrir. A vida pulsa nos meus poros... A natureza me rodeia e me acolhe, e faz parte de mim... Nela me refaço... É minha mãe... É meu pai... É meu irmão...É minha igual...
E reencontrei o amor...
Bárbara

domingo, 6 de março de 2011

Outro Carnaval



Mais um carnaval. E outra páscoa, e outro natal. Ilusões que crias para que os dias não sejam tão iguais, incessantemente o mesmo tom. Buscas fingir que não sabe que o hoje é uma repetição do ontem que é um espelho do amanhã. Não abre os olhos para não ver a verdade crua que te assombra a alma. Segues guiado tão somente pelo instinto de sobreviver. Viver, isso que nem sabes o que é.
Nutre-se do inferno, suga do paraíso, retorna ao limbo. Outra hora, mesmo anoitecer. Cantas músicas vazias, inala o cheiro do sexo, faz o que o instante lhe permite. E partes, assim, pela estrada. Lobo e caçador. Espera que os anos venham lhe salvar de si mesmo.  
Outro carnaval.

Sombra de mim


De repente, amorteci
Amorteceram alma, corpo e coração
Pernas e braços já não sentem
Apenas seguem
No peito vazio já não ouço mais as vozes que me atormentavam
O hoje é sempre meu último dia
Os olhos não se deslumbram, a alma não se ilude
A boca cansada silencia
Não sei quem sou, e não quero descobrir
Não quero mais a luta
Cansei-me das perguntas
Tão somente caminho
Pequenos passos que me levam...
Não sei o que me guia
E não quero descobrir
Apenas abrir e fechar os olhos
Até que se esvaziem completamente
Não sei da minha alma
Não sinto mais dor
Vida que escorre pelos dedos...
Suporto
E sobrevivo
Sou uma sombra de mim
Daquela que um dia fui e sequer cheguei a descobrir

...



Álvaro de Campos



É preciso chorar,
o que também é difícil...
Expulsar de mim o que me tira o sono
(e o que me leva a fome).
É preciso digerir a cidade (me disseram).
Sim, é preciso amar
a fumaça noturna das chaminés,
a algazarra da misturadora de cimento
nas ruas que não dormem.

Mas, a bordo da noite, fantasma,
Queria o poço mais escuro e esquecido,
silêncio e escuridão
(eu não acredito na luz elétrica).
Não, eu não queria falar das coisas que eu sei.
Queria me ocupar da trovoada,
porque anuncia a chuva,
e do horário das marés,
que delas depende a nossa fome.
Queria te falar, meu companheiro,
das coisas que eu consegui retirar da areia,
e ouvir também as tuas descobertas.
O meu cabelo será sempre, no vento,
macio como depois do amor.

sábado, 5 de março de 2011

A Arte do Amor




II

Uma sobrancelha arcada abrigava pura ira, o singelo silêncio, uma cadeia. Um sorriso se traduzia em súplica, Um olhar era entrega e vassalagem. Esse foi, ontem, o nosso amor. Contempla hoje as ruínas em que jaz. Tu continuas a meus pés, buscando perdão, e eu não me desenredo de minha indignação.



III
O amor além de nós passou...
Romperam-se os laços de nossa afeição. Esgotou-se a atenção com que nos nutrimos, e como perfeitos estranhos, nos saudamos. E ainda que eu recorde os dias passados, não sei por que razão meu coração não se parte em centenas de pedaços.

A Arte do Amor,
de Amaru (Índia, séc. VII)

Passei



     Perdi.Perdes-te.

Por tanto ter amado, te perdi
Por ter me perdido dentro de ti, quis me encontrar
Quando me vi, perdes-te minha hora
Calou-se quando quis teu grito
Bradou quanto pedi silêncio
Amanheceu quando precisei anoitecer.
Romperam-se laços
Olhos se entristeceram
Histórias foram esquecidas
Passei. Não me viste sair.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

E fim!



Acordou de um pesadelo cansada, um sonho triste, uma história que ela não pagaria pra ver. Ele não estava lá. Nunca esteve, senão em sua esperança fugidia. Apenas um drama, como outro qualquer. Uma história contada em novelas mexicanas, com personagens tão estranhos, tão alheios...
Risos e dores.
Um triste final feliz.

-Te





Eu te guardo aqui no peito.
Eu te espero chegar.
Eu vejo aquela tarde de sol, e ainda sinto teu gosto na boca.
Teu cheiro na pele.
Tua alma na minha.
Mãos que me lavam, braços que me sustentam.
Esse espaço entre os seus dedos...

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Lifehouse - You And Me



Querer

Não, eu não quero vingar-me
Não, eu não odeio
Eu até tento alimentar essa raiva regada de desprezo, mas sou tão maior que isso...
Tão melhor
Eu não quero saborear um prato frio servido em uma pedra de gelo
Eu quero é comer bem quente, queimar a língua
Eu quero oferecer todo esse querer tão bom, e meus sorrisos, e minhas lágrimas, e minha força, e meu cantar...
Eu quero te dar essas mãos cansadas, e tocar teu rosto, e tua alma, e tua vida
Mudar teus dias iguais e colocar nesse teu rosto aquele sorriso tão bom...

Olhos de Vendaval


Olhos de vendaval. Riso de solidão. Aquele riso e aqueles olhos o perturbam imensamente. Ele não sabe lidar, não pode entender, não consegue enfrentar.
São olhos de carne, de um sangue que pulsa, que brota, intenso, em forma de vida, que cala suas palavras.
São mãos que escrevem bobagens, que fazem bobagens, que pensam imensidão. São mãos suaves demais pra serem toleradas por ele. Ele, que é tão bom. Ele que é tão mal. Ele que não pode fechar os olhos e enxergar.


Estar


 

Suave... Como o mar... A brisa, o vento louco... Pedras, areia gelada que aquece...Leve...Beijo roubado, nada a dever, apenas estar... Almas, corpos, carne, pêlos, poros... Saliva, línguas e dentes...
Livre... Como dançar... Como gostar... De olhar... De ouvir...Calar...
“Kiss of life...”
E teríamos tanto mais a falar... Tanto mais a viver...


Você

Você
Que mora na rua da minha saudade
Na rua da minha vontade
Na sombra dos meus anseios
No véu do meu desejo
No calo da minha sede
Nas cordas do meu violão...

Você
Que me desafina a voz
Que me apressa os passos
Que me aperta a fome
Me devora o sono
Me estilhaça os ossos
Esbugalha os olhos
Me cala a boca...e a voz...

Você
Que mora nas páginas dos meus livros
No espaço entre as palavras
Nos contos que não escrevi
No fundo do meu espelho...

Você
Que permanece mudo dentro daquilo que nunca tive...mas seu silêncio grita...
Você que ergue paredes invisíveis
Que tinge de rubro o meu chão...